ASERGHC participa de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde na ALRS

Na manhã desta segunda-feira (8) a ASERGHC e dezenas de trabalhadores da saúde do RS acompanharam o início dos trabalhos da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde. A iniciativa de criação da comissão e presidência é da Deputada Estadual Luciana Genro (PSOL), e teve sua reunião inaugural hoje em alusão ao Dia Mundial da Saúde, lembrado internacionalmente em 7 de abril. Além do presidente da ASERGHC e do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter, estiveram presentes o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SERGS), Estevão Finger, e representantes das categorias da saúde de Camaquã, Rio Pardo, Viamão e Canoas. A Deputada Federal Fernanda Melchionna (PSOL) participou do debate e se colocou a disposição da comissão, bem como dos sindicatos e ASERGHC para realizar canal de diálogo com o Congresso Nacional em Brasília.

Arlindo Ritter relatou a experiência de luta contra a privatização do setor de Higienização no GHC, enfatizando que impedir a privatização total do grupo hospitalar e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é o principal desafio dos sindicatos da saúde diante de novo governo federal, assim como barrar a reforma da previdência. Além disso, há demandas urgentes como o atraso de dois meses do salário de trabalhadores de Taquara e os quatro anos em que os trabalhadores de Tramandaí não recebem reajuste salarial em condições cada vez mais precárias.

Ritter também lembrou o escândalo de corrupção nos hospitais de Canoas com o grupo GAMP, pois os gestores já não pagavam salários em dia, não prestavam serviço de atendimento adequado aos usuários e desviaram cerca de R$ 40 milhões para interesses particulares. Esse exemplo demonstra como a terceirização e a ausência de fiscalização de recursos causa grandes danos à população, à gestão da saúde e aos cofres públicos. No caso do GAMP, a farsa só foi descoberta depois de dois anos de denúncia do Sindisaúde-RS e demais sindicatos da saúde ao Ministério Público, além de dois dias de greve em busca de respeito aos trabalhadores de Canoas.

A deputada Luciana Genro resgatou a situação da crise crescente em diversas áreas da saúde no estado, quando começamos a sentir os efeitos do congelamento de investimentos pela Emenda Constitucional 95, aprovada pelo governo de Michel Temer (MDB) e o Congresso Nacional em 2016. A desvalorização dos trabalhadores que fazem a saúde também é um desdobramento da má gestão e falta de financiamento, portanto, Luciana quer trazer esses temas para o cotidiano de debates dos deputados na Assembleia Legislativa.

Fernanda Melchionna reafirmou a importância de defender o GHC e o HCPA das tentativas de entrega-los para a privatização, como já declararam membros da Secretaria de Desestatização e Desinvestimentos do governo Bolsonaro. A deputada federal reforçou a necessidade de proteger os trabalhadores da saúde através da luta contra a reforma da previdência, que visa dificultar ainda mais a aposentadoria especial a essas categorias.

Ao final da primeira reunião da Frente Parlamentar, o conjunto de entidades e as deputadas encaminharam as seguintes medidas a fim de construir um relatório e avançar na defesa dos direitos dos trabalhadores da saúde:

  • • Solicitar audiência com a Secretaria de Saúde do RS
  • •Dialogar com a faculdade de Saúde Coletiva e Escola de Saúde Pública a fim de que participem dos debates da comissão
  • •Enfrentamento aos três eixos de principais problemas imediatos:

– Salários das categorias – combater a alta diferenciação de remuneração entre gestores e trabalhadores das categorias que atuam diretamente para com os usuários

– Fiscalizar gestões e combater as irregularidades, bem como os processos constantes de terceirização de quadro pessoal

– Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador – Averiguar situação do aumento de afastamento do trabalho por saúde mental debilitada; situação do atendimento nos setores de atendimento da saúde do trabalhador; combater o assédio moral nas instituições.

 

Texto e fotos: Nathália Bittencurt/Comunicação ASERGHC