Nota de repúdio à terceirização do HPS: Saúde pública não é mercadoria!

É preocupante a notícia de terceirização da gestão do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, publicada no site de Gaúcha ZH* na noite dessa terça-feira. Segundo a reportagem, a prefeitura da capital convidou uma empresa de consultoria supostamente especializada em saúde para analisar a administração do hospital e recomendar um modelo de gestão a fim de ceder a direção do HPS para uma organização social.

Os motivos da diretoria hospitalar são a necessidade de superar a burocracia de licitações para compra de materiais gerais e para repor o quadro pessoal. Isto é, isenta a prefeitura de sua péssima gestão no HPS nos últimos anos, sendo ineficaz na manutenção e aprimoramento da estrutura do hospital e atacando os servidores públicos constantemente. Temos acompanhado os sucessivos projetos de lei do prefeito Marchezan Junior (PSDB), apoiados por sua base aliada na Câmara de Vereadores, que desmontam a carreira dos trabalhadores e precarizam ainda mais as condições de trabalho das pessoas que sustentam a qualidade do HPS ao longo dos anos.

O escândalo de corrupção e desvio de verbas pelo grupo GAMP que atuou em hospitais de Canoas e da própria terceirização do setor de Higienização do GHC são exemplos de como terceirizar a gestão da saúde dá prejuízo para os trabalhadores, para os usuários e para os recursos públicos. Não há a mínima garantia de prestação de serviço de qualidade, não há transparência, e muito menos valorização dos servidores, que tem seus direitos diminuídos – sejam terceirizados ou concursados.

Apenas em 2018, 111.861 usuários do SUS foram atendidos no HPS, que é referência estadual em atendimentos de emergência geral, trauma e queimaduras. A ASERGHC estará ao lado dos trabalhadores, mais uma vez, para defender esse importante hospital da prefeitura autoritária e incompetente de Marchezan.

  • * fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2019/04/prefeitura-de-porto-alegre-pretende-terceirizar-gestao-do-hospital-de-pronto-socorro-cjuafn1if00n401o14r44nc81.html