Resposta ao Ministro da Saúde sobre os profissionais da saúde
Texto: Rudi Caldeira (Diretor Sindical da ASERGHC)
A ASERGHC, diante de declarações infelizes, grosseiras e ofensivas do senhor Ministro da Saúde, Ricardo Barros, contra os trabalhadores da área, vem por meio desta nota repudiar veementemente sua postura. Afirmar, generalizando, que médicos têm que parar de fingir que trabalham e, enquanto, indagado sobre os problemas que vem sofrendo a enfermagem, com a falta de materiais e déficit de pessoal que ocasiona sobrecarga, responder, totalmente sem educação e preparo, que se estes trabalhadores não estiverem satisfeitos que ‘peguem sua varinha e vá pescar’, foram apenas algumas de suas atitudes que apontam a inaptidão para um cargo tão importante.
Nós, representantes legítimos da categoria dos servidores da saúde, ressaltamos nosso comprometimento com nossos serviços e com a população a quem devemos assistência. No entanto, não podemos aceitar críticas infundadas e ataques reacionários e raivosos vindos de um representante deste governo corrupto e ilegítimo, capitaneado pelo senhor maligno, caçador dos Direitos da população, Michel Temer. Há limites em tudo.
Enquanto assistimos a pessoas morrendo por falta de atendimento em emergências superlotadas ou por restrição no atendimento. Enquanto os cortes em investimentos são cada vez maiores em nossa área. Enquanto a população cresce em sua densidade e não há igual proporção em construções para a assistência. E enquanto os trabalhadores adoecem em absenteísmo, este governo escoa bilhões para banqueiros e para parlamentares com intuito de comprar votos para permanecer no poder.
O que o senhor Ministro, engenheiro da saúde, não entende é que saúde não é apenas gestão de imposições austeras. É um conjunto de relações sociais estabelecidas entre classes. É a humanização na assistência que trás o bem estar desde a chegada para a triagem. É primar por equidade e integralidade. É respeito a quem empenhou e a quem irá empenhar sua vida a contribuir com a economia de nosso país. Seja de que lado da mesa estiver, nos consultórios, na manutenção, na rouparia, no almoxarifado, no transporte, que se mantenha o respeito para fazer crescer o que deve se manter público.
O desmonte em nossa Saúde Pública é unilateral, e se sustenta apenas em discursos enganadores repletos de ódio, em busca de terceirizar e privatizar o que é público e esta ‘entrega’ para o setor privado vai acabar com o acesso da população mais pobre. Haverá uma drástica redução dos atendimentos a esta camada social. Estas são as políticas públicas deste governo entreguista, governo que sabe que é provisório, mas que trabalhará com todo afinco para garantir o máximo, neste curto período, que gere lucro para os grandes empresários.
Buscamos dignidade e respeito, não nos submeteremos ao seu terrorismo, gerir tentando jogar a população contra os servidores é pequeno demais. Seguiremos na luta denunciando estes ataques contra os interesses dos trabalhadores de nossa área e contra o desmonte do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Basta de ataques aos nossos trabalhadores, antes das críticas seria muito mais interessante que nos subsidiassem com melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Nossas Lutas. Nossas Vitórias!!!