Paralisação tem forte adesão nas unidades do GHC
Centenas de trabalhadores de hospitais públicos e privados de Porto Alegre aderiram a paralisação de 48 horas convocada por associações de servidores e sindicatos com o objetivo de pressionar a classe patronal a oferecer um reajuste salário que, no mínimo, reponha a inflação dos últimos 12 meses, que chega a quase 10%. Até o momento, as propostas chegam a apenas 6% de aumento. “Estamos aqui paralisando as atividades porque também somos humanos. Apenas uma máquina consegue trabalhar sem parar. E nós estamos aqui reinvindicando o direito de um reajuste digno e melhores condições pra exercer nossas funções”, declarou o presidente da Aserghc, Valmor Guedes.
Desde as primeiras horas desta quarta-feira (09), piquetes recepcionaram trabalhadores nos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição e na UPA Moacir Scliar. A Aserghc, ao lado do Sindisaúde e do Simers, acolheu os funcionários com refeições e materiais explicativos sobre as razões da paralisação. Também foi feito trabalho de diálogo com a população, esclarecendo que apenas casos envolvendo risco de vida estavam sendo atendidos. Ainda informaram que a luta dos trabalhadores também é pela melhoria na qualidade do serviço de saúde prestado, uma vez que há necessidade de qualificação na estrutura dos hospitais e contratação de mais funcionários, o que agilizaria o atendimento pelo SUS.
Desde julho, data-base do setor, busca-se a reposição da inflação acumulada, mas o Sindihospa oferece pouco mais que a metade do índice. A ação acontece por 48 horas em todos os hospitais da base do Sindihospa, preservado tudo aquilo que a lei manda: manutenção de 30% do serviço funcionando, além de atendimentos de urgência e emergência.
Na próxima sexta-feira a tarde será realizada assembleia geral entre todos os sindicatos e trabalhadores para definir os próximos passos da mobilização. Caso o Sindihospa não aumente a proposta de reajuste, a tendência é por greve em tempo indeterminado.