Relatório final do GT indica 180 horas/mês para higienizador do GHC
O Grupo de Trabalho instituído pela Portaria 254/2015 entregou à Diretoria do Grupo Hospitalar Conceição o Relatório Final dos estudos técnicos sobre a redução da jornada de trabalho dos Auxiliares Técnicos de Higienização Hospitalar de 220h para 180h. O ato formal de entrega ocorreu na manhã desta segunda-feira, 09 de novembro, em sala do quinto andar do Prédio Administrativo do GHC, com a presença da Superintendente do Grupo, Sandra Fagundes, e do Diretor Técnico, José Fossari. Ao mesmo tempo, no pátio em frente ao prédio, os trabalhadores realizaram um ato vigília, mantendo a mobilização que tem sido a tônica da luta pelas 180h.
O Relatório Final do GT apresenta dados relativos à distribuição dos trabalhadores por unidade e registra que dos 685 contratados, apenas 560 funcionários encontram-se ativos, considerando os que estão afastados pelo INSS, por absenteísmo e pelo elevado turnover verificado no setor. As projeções para um cenário de 180 horas consideraram 685 contratados distribuídos em dois turnos diurnos de seis horas/dia e turnos noturnos de 12×36 horas, a exemplo do já praticado pelo Grupo e respaldado pelo Tribunal Regional do Trabalho. O documento apresentou ainda estimativas de impacto sobre a folha de pagamento, vale transporte, refeitório e saúde do trabalhador. E apontou a necessidade de que, no futuro, seja realizada análise dos processos de trabalho.
Em suas conclusões, o Relatório diz textualmente “A redução da jornada de trabalho produzirá benefícios aos trabalhadores com a redução do absenteísmo.” E alerta que “uma jornada extensa, em atividade de natureza insalubre e de risco, pode refletir no adoecimento e no encurtamento da vida útil total para o trabalho desses trabalhadores. Esse custo será pago pelo Estado brasileiro mediante o incremento das aposentadorias por invalidez, pela Previdência Pública”. Em seu parágrafo final, o Relatório conclui: “…somos da opinião de que devem ser levadas em consideração as informações tanto do impacto financeiro e melhorias nos processos de trabalho, isonomia com a maioria das categorias profissionais, bem como as consequências benéficas à saúde do trabalhador e ao GHC com a redução da carga horária”.
Ao receber o documento, a Superintendente, Sandra Fagundes, reconheceu que a contratação dos higienizadores, apesar de correta ao banir a terceirização no setor, apresentou diversas fragilidades. O Diretor Técnico, José Fossari, por sua vez, se comprometeu a ensejar esforços em outras instâncias, como o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília, para conquistar as 180h. “Podem contar que da minha parte vai haver boa vontade”, declarou. O Presidente da ASERGHC, Valmor Guedes, depois de ressaltar que a mobilização vai continuar, informou que aguarda um posicionamento sobre o Relatório de parte da Direção do GHC até o dia 19 de novembro, quando haverá uma Assembleia Geral dos trabalhadores convocada pelo Sindisaúde-RS, cuja presença no GT esteve assegurada pelo Diretor de Formação Sindical, Ricardo Sarmanho, e, no ato de hoje, pelo Presidente, Arlindo Ritter, que exigiu na reunião o fim do assédio moral aos trabalhadores da higienização que participam dos atos pelas 180h.