Podemos, um movimento democrático!

Valmor Guedes, Presidente da ASERGHC

Em tempos de credibilidade das instituições desabando, os trabalhadores têm pela frente o desafio de organizar a resistência aos ataques que o capital faz contra qualquer tentativa de avanço da classe trabalhadora, tanto da sua organização como de suas conquistas. Os meios de comunicação de massa, principalmente a TV, são utilizados como instrumento para aumentar a descrença, incentivando a resignação. Dessa forma fica mais fácil a manipulação e manutenção dos privilégios daqueles que detém o poder.

Para nós, trabalhadores da saúde, que assistimos desde os anos 1990, os governos entregando cada vez mais recursos para financiar empresas privadas e tentando privatizar a saúde, que assistimos as tantas tentativas de criar fundações públicas de direito privado para entregar os hospitais públicos para empresas gerirem de acordo com seus interesses de lucro, está claro que a tarefa de organizar e resistir está colocada e deve ser encarada por nós como uma necessidade importante.

Não existe “salvador da pátria” que nos leve a um patamar melhor, sem precisarmos nos envolver. A saúde é tratada como mercadoria e nós trabalhadores individualmente somos apenas números. A saída está na coletividade. Na luta organizada que respeita cada trabalhador como um ser importante, capaz de contribuir na organização e nos enfrentamentos necessários para melhorarmos a nossa qualidade de vida.

Construir um movimento dos trabalhadores pela base, que defenda a saúde pública para todo o povo como um direito fundamental e inalienável, começa pela organização dos trabalhadores da saúde. Nesse sentido, a organização do PODEMOS como um movimento capaz de articular as diversas iniciativas locais de organização e luta pode nos levar um passo adiante na nossa consciência como uma única classe.

Na saúde existem várias categorias profissionais e os patrões trabalham para que fiquemos divididos, pois assim somos fracos. Quando nos organizamos nos locais de trabalho, nos damos conta que os interesses dos trabalhadores são comuns e isso pode ser o fator que unifica. Nós PODEMOS muito mais quando entendemos e praticamos isso. Por isso convocamos e afirmamos: nós podemos enfrentar o que nos divide, nós podemos avançar em nossos direitos, nós podemos vencer quem nos oprime e melhorar nossa sociedade!