Organizar e lutar!

Por Rudi Caldeira, Diretor Sindical da ASERGHC e membro do Conselho de Administração

A participação em um congresso nacional de uma central que se apresenta como uma verdadeira alternativa para organizar a Classe Trabalhadora para lutar contra os ataques que vem sofrendo do governo federal, onde setores de representação de todo o país podem expor suas principais demandas, onde podemos discutir a conjuntura com uma lupa e um mapa, nos remetem a certeza de que os ataques não são regionalizados. Ao contrário, são uma política de governo ampla que vem cortando direitos diretamente da população. Uma política onde diminuir o estado é sua principal agenda, entregando à iniciativa privada o que deveria ser garantido com qualidade no serviço público. Afinal, é dever do estado tal qualificação, visto a quantidade de impostos que vem sendo arrecadados da própria população, esmagando cada vez mais o valor líquido de seus salários.

É certo que muito pouco ou quase nada se pode esperar de um governo que vem dificultando a fiscalização até mesmo contra o trabalho escravo, um governo que massacra toda classe trabalhadora rasgando inconstitucionalmente seus direitos históricos. Um governo que desmata florestas e mata milhares de índios para alimentar os sanguinários latifundiários, um governo corrupto que tenta se sustentar com 3% de aprovação da opinião pública, financiando o legislativo para votar a seu favor (legislativo este em que quase toda sua totalidade de deputados e senadores representam o que há de pior no meio fascista e reacionário). Não, não se pode esperar nada deste governo imoral e ilegal. Juntos, executivo e legislativo, blindados por um judiciário omisso, com magistrados que julgam em benefício próprio ou de seus pares, vem afundar nosso país em uma crise propositalmente criada para alavancar o poder dos grandes empresários.

A resistência se faz necessária. Organizar as mobilizações para defender nossos interesses se faz necessário. Somos a parte mais fraca, mas também a infinitamente mais numerosa deste quadro de terror pintado em tons de cinza. Nesta tela chamada Brasil somos as cores vivas ainda escondidas, mas devemos brotar, por toda parte, dos poros de nosso imenso tecido e mostrar que por aqui ainda há um amarelo vivo de esperança. A todos nós pertence a obrigação de reverter este quadro em algo colorido, onde o azul abrace o vermelho, onde a diversidade esteja representada em cada canto, em cada toque.

É preciso organizar e combater. Não podemos mais nos dar ao luxo de assistirmos passivamente o futuro de nossos filhos e netos ser tratado como um jogo onde eles jamais sairão vencedores. Somente organizando nossa base, desde nossos locais de trabalho, sem medo, com unidade, é que poderemos então mudar as chamadas dos noticiários de televisão, transformando a vida a nosso favor. As ruas são nosso destino… Vamos à elas com força e emoção, pois cada canto ressonado em cada canto de nossa nação fará toda a diferença.