Operação do MPT investiga condições de trabalho no HNSC

Foi iniciada na manhã desta terça-feira, 18 de outubro, uma operação liderada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a partir de denúncias do Sindisaúde-RS, com o objetivo de identificar eventuais problemas com a saúde dos trabalhadores do Hospital Conceição. A Força-tarefa é composta por equipes formadas por representantes do MPT, Centro de Referência da Saúde do Trabalhador (CEREST de Porto Alegre e municípios da região metropolitana), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Conselho Regional de Enfermagem (COREN), Sindisaúde-RS e Sindicato dos Enfermeiros (SERGS). A força-tarefa permanecerá fazendo inspeções e coletando documentos do HNSC até a próxima sexta-feira.
O objetivo da força-tarefa é “diagnosticar todos os problemas eventuais que existam e comprometam a saúde ou ponham em risco a integridade física e mental dos trabalhadores para apontar soluções visando a prevenção de acidentes e a promoção da saúde e o aumento da eficiência do trabalho”, declarou o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Ricardo Garcia, que lidera a operação.
Segundo Garcia, o que motivou a ação foram três fatores. Em primeiro lugar, os levantamentos estatísticos da Organização Mundial do Trabalho (OIT) e da International Commission on Occupational Health (ICOH) que demonstram que o setor hospitalar é um dos que mais registram acidentes de trabalho no mundo, em especial com perfurocortantes e adoecimentos de coluna. Em segundo lugar, o Sindisaúde-RS provocou o MPT a respeito das condições específicas do Hospital Conceição, assim como a ASERGHC. E, em terceiro lugar, há vários inquéritos em andamento e os procuradores responsáveis estão no hospital para obter informações.
O Presidente da ASERGHC, Valmor Guedes, que integra a Força Tarefa representando também o SINDISAÚDE-RS, declarou ter esperança que, depois de tantas denúncias apresentadas pela Associação e pelo Sindicato ao Ministério Público, essa operação possa levar à melhoria efetiva das condições de trabalho dos funcionários do Hospital. Valmor apelou às autoridades para observarem as questões ergonômicas e relativas ao dimensionamento de pessoal.
Entre os problemas já apontados por denúncias da ASERGHC figuram a insuficiência das equipes de enfermeiros/as e técnicos/as nas emergências, UTIs e áreas de internação. Aparecem também as péssimas condições de macas, cadeiras de rodas e equipamentos que demonstram as condições precárias oferecidas pelo Hospital para o exercício da profissão. Essa situação provoca altos índices de adoecimentos e consequentes afastamentos.
O Presidente da ASERGHC chamou também a atenção para o subdimensionamento da área de nutrição. Em alguns casos, um/a atendente sozinho/a serve alimentos a um andar inteiro, quando deveriam ser dois ou mais . “É trabalho demais para uma única pessoa”, protestou Valmor.