Mediação no TRT4 que busca medidas de cuidado para os trabalhadores é encerrada diante de postura negligente do GHC
A ASERGHC e o Sindisaúde-RS, junto a outros sindicatos que representam categorias da saúde no GHC, protestaram nos hospitais desde início da pandemia, reivindicando testagem rápida para todos os profissionais do Grupo, afastamento imediato dos colegas do grupo de risco para a Covid-19, e exigindo EPIs adequados para todas as áreas hospitalares. Sem retorno da diretoria, as entidades levaram a discussão à Justiça, pautando uma linha de cuidados da Saúde do Trabalhador que atenda as necessidades de saúde dos profissionais que estão expostos diariamente ao coronavírus. A mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região foi solicitada pelo GHC.
Ao longo dos últimos meses, atingimos a triste marca de 1.400 trabalhadores positivados e três colegas vítimas da doença. Felizmente boa parte dos trabalhadores infectados sobreviveu ao novo vírus, no entanto, muitos permanecem com sequelas causadas pela Covid-19, tanto físicas quanto psicológicas. Não há qualquer assistência para esses colegas, que ainda tentam compreender os efeitos da doença em seu corpo e mesmo assim retomam sua rotina de trabalho para contribuir no combate à pandemia na saúde pública.
Para discutir a necessidade de testagem para todos os trabalhadores, inclusive os assintomáticos, as entidades sindicais levaram um médico especialista em infectologia para apresentar parecer técnico ao TRT4, justificando cientificamente a urgência da ampliação da aplicação de testes, para proteger os profissionais e aprimorar o planejamento do combate à pandemia. Após meses de longas reuniões, a ASERGHC e as entidades sindicais entenderam que não havia nenhuma disposição do GHC em avançar nos cuidados propostos para os trabalhadores.
A gestão do GHC, além de negar condições para ampliar a testagem e não se comprometer em nenhum avanço na linha de cuidados para os profissionais positivados, trouxe à mesa de mediação o tema do Banco de Horas, isto é, um assunto distinto para desviar a atenção do debate. As entidades sindicais reafirmaram que a discussão sobre o Banco de Horas seguia aberta em mesa de negociação no próprio GHC, pois o acordo a respeito do BH segue em vigor, não havendo motivo para levar esse debate à uma mesa de mediação que foi provocada por outra pauta, essa de fato urgente para a vida dos trabalhadores.