Mês do orgulho LGBT: Da rebelião de Stonewall em Junho de 1969 à resistência ao conservadorismo de 2020

José Antônio Souza da Silva
Coordenador do coletivo Raça, Gênero e Diversidade da ASERGHC

A revolta de Stonewall, há 51 anos, foi um marco na luta contra os abusos da polícia nova iorquina contra a comunidade LGBT. Uma luta que ganhou o mundo, tornando o arco íris um símbolo da diversidade sexual. A homossexualidade foi considerada doença até 17 de maio 1990, e a transexualidade deixou de ser considerada doença mental em 18 de junho de 2018. De 1969 à 2020 ocorreram muitos avanços sociais.

No Brasil, o retrocesso avançou em meio à pandemia de Covid-19. O país continua sendo um dos lugares mais perigosos para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, registrando em média um assassinato a cada 23 horas, segundo relatório da entidade Grupo Gay da Bahia (GGB). Enquanto isso, os homossexuais podem doar sangue somente após 12 meses da última relação sexual, de acordo com normativa da ANVISA, portaria do Ministério da Saúde nº 2.712 de 2013, artigo 64.

O coletivo Raça, Gênero e Diversidade da ASERGHC continua lutando pela valorização da comunidade LGBT. Em período de isolamento social, produzimos uma retrospectiva das ações e debates realizados com a associação desde a criação do coletivo em 2017. Rodas de conversa idealizaram a criação da cartilha sobre os direitos LGBT na saúde, e assim avançamos no diálogo com a comunidade interna, oportunizando aos colegas do GHC o espaço de fala para expressar dúvidas e obter conhecimento diretamente junto às pessoas que promovem os direitos LGBT e combatem a LGBTfobia.

Neste período sombrio onde a liberdade da diversidade sexual vive ameaçada, nós do coletivo Raça, Gênero e Diversidade da ASERGHC não ficaremos calados diante do avanço do conservadorismo. Seguiremos na luta junto à comunidade LGBT.