Ato-Vigília: Contratação foi feita considerando 6.000 metros de limpeza externa por higienizador
A denúncia foi feita no Ato-Vigília pelas 180h para higienizador do GHC, realizado na tarde desta sexta-feira, 18 de setembro, das 13h30min às 16h, no corredor que dá acesso ao pátio do Hospital N.S. da Conceição.
A informação foi transmitida pelos representantes da Direção que participam do GT do Redimensionamento da Carga Horária de Higienizador para 180h, com base no Artigo 44, Item IIb, da Instrução Normativa Nº 02, de 30 de abril de 2008, publicada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A IN dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços pelo governo federal e estabelece que os índices de produtividade por servente em varrição de passeios e arruamentos é de 6.000 m ² (na imagem postada como ilustração da distância, consideramos cerca de 6.000 metros lineares. O resultado é uma distância que supera o intervalo entre o HCR e a sede da FIERGS, seguindo sempre pela Avenida Assis Brasil).
O dado alarmante retrata a superexploração dos trabalhadores que estão sendo contratados pelo governo federal desde 2008, em geral, e no GHC em particular. O governo utiliza índices de produtividade baseados não no incremento de tecnologia poupadora de força de trabalho humana, mediante novos processos e tecnologias, mas na intensificação das atividades físicas e na extensão das jornadas até a exaustão e adoecimento dos trabalhadores.
Portando cartazes que pediam “180h Já!” e chamavam a atenção para a perseguição de colegas que denunciaram as más condições de trabalho, os manifestantes se revezaram no megafone para reafirmar a necessidade de mobilização para a obtenção de conquistas. “Para alcançar qualquer vitória aqui no GHC só com sangue nos olhos, na luta!”, conclamou o Presidente do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter, que disse que a realidade dos higienizadores foi informada ao Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado, no ato de abertura da 7ª Conferência Estadual de Saúde. “Vamos realizar uma audiência pública sobre esse tema”, informou Ritter.
O Presidente da ASERGHC, Valmor Guedes, alertou que o GT formado para redimensionar a carga horária para 180 horas de trabalho por mês precisa ser efetivo. “É preciso resolver com a máxima urgência os problemas enfrentados pelos trabalhadores, que estão adoecendo!”, protestou.
A tarde foi abastecida com salchipão e teve também oficina de cartazes. A mobilização continua!