ASERGHC debate riscos à saúde pública com aprovação da PEC 241/55
A Associação de Servidores do Grupo Hospitalar Conceição promoveu debate na noite desta quinta-feira (03) sobre as consequências da aprovação de reformas trabalhistas e da PEC de congelamento dos gastos públicos, incluindo saúde, pelos próximos 20 anos, que tramitam no Congresso Nacional. Participaram do encontro dezenas de trabalhadores das quatro unidades do GHC, que dialogaram sobre os temas com os debatedores.
O presidente da Aserghc, Valmor Guedes, abriu o encontro destacando a necessidade dos trabalhadores tomarem consciência dos danos que as medidas podem causar não somente às carreiras públicas federais, mas também ao conjunto da sociedade. “Precisamos nos mobilizar porque corremos sério risco em todas as áreas”, pontuou.
O coordenador do movimento Podemos + Saúde, Etevaldo Teixeira, fez uma avaliação da conjuntura nacional e lembrou que o governo de Michel Temer agrava medidas que já vinham sendo costuradas por Dilma, mas em um nível mais radical no ataque aos direitos trabalhistas. “Além do congelamento dos gastos em saúde e educação, temos sérios riscos de perder direitos consagrados na CLT. São ações que visam sucatear o serviço público, abrir caminho para privatizações e terceirizações. Essas medidas também tem aval do Judiciário, onde o STF assume um papel de legislador na área trabalhista e definindo temas importantes”. Ele ainda lembrou de que a alegada crise da previdência é uma versão ilusória, já que o governo prioriza o pagamento de juros da dívida aos bancos em detrimento do investimento em seguridade social.
Já Arlindo Ritter, presidente do Sindisaúde, apresentou um panorama da mobilização sindical que vem sendo articulada em todo país para reagir contra as medidas e pressionar os parlamentares em Brasília. “Tem muita gente querendo lutar, mas precisamos nos organizar. Precisamos esclarecer o assunto pois estão vendendo o discurso da crise e a necessidade de ajuste das contas. A greve nos hospitais, na próxima semana, precisa ser um momento de conscientizar os colegas de que, caso aprovadas estas medidas, não sabemos se teremos orçamento suficiente para manter o quadro da saúde a partir de 2018”, alertou.
Berna Menezes, sindicalista ligada a Associação dos Servidores da UFRGS, enalteceu que a luta se dá em diversos setores e agora conta com um importante reforço dos jovens, que ocupam mais de 30 cursos da universidade no Rio Grande do Sul, em sintonia com movimento de ocupações de secundaristas iniciado no Paraná. “Até pouco tempo quem defendia o serviço público era apenas o servidor. Agora o usuário, o estudante do sistema, está lutando porque percebe que a educação pública também corre risco com a PEC 241/55”.