ASERGHC acompanha usuários do SUS do Sarandi e trabalhadores do IMESF em audiência sobre fechamento de postos de saúde na capital
Dezenas de moradores das vilas Elizabeth e Nova Brasília levaram a pauta do fechamento dos postos de saúde para audiência pública hoje, 15, na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. Organizados pelo Conselho Popular da Zona Norte, os usuários do SUS unificaram sua mobilização com os trabalhadores do IMESF, responsáveis por grande parte do atendimento da rede de saúde nas regiões periféricas da cidade.
A ASERGHC, através do presidente Arlindo Ritter – também presidente do Sindisaúde-RS – e do diretor de Comunicação Valmor Guedes, esteve presente demonstrando apoio aos moradores e trabalhadores grevistas. O Sergs, o Simers e a Conselheira Tutelar eleita pela microrregião do Sarandi, Andréia Cardoso, também participaram do debate.
Os moradores descobriram informalmente a política de “unificação” de postos de saúde da prefeitura, na qual a população atendida atualmente pela unidade Elizabeth passaria a ser recebida na unidade Nova Brasília. Os usuários atendidos por outros postos da região, como a Asa Branca no Sarandi e o Jenor Jarros na Rubem Berta, também seriam realocados para outras unidades já existentes. Somente a unidade Jenor Jarros é responsável por cerca de cinco mil cidadãos.
A população quer manter todos os postos de saúde abertos, pois o fechamento para unificação de serviços só sobrecarregará ainda mais o atendimento, além de dificultar o acesso à saúde para as pessoas que tem dificuldade de se locomover ou que não tem recursos financeiros para ir até unidades de saúde distantes.
Representantes dos trabalhadores em greve do IMESF falaram sobre sua experiência no acompanhamento das comunidades e sobre as diversas tarefas que os Imesfianos cumprem nas unidades de saúde. Cerca de 1.800 trabalhadores estão com seus empregos ameaçados pela prefeitura, que pretende demiti-los e terceirizar a maior parte da rede pública de saúde do município. Valmor Guedes alertou ainda para a tentativa da prefeitura de assumir a gerência das unidades de saúde que atualmente são administradas pelo Grupo Hospitalar Conceição, para facilitar sua terceirização.
Os grevistas pediram mais apoio da comunidade e dos parlamentares presentes, a fim de encontrar uma solução em comum para viabilizar negociação com o prefeito Marchezan que se recusa a dialogar, bem como para impedir a demissão em massa e a terceirização dos postos de saúde. A comissão parlamentar acolheu as reivindicações e comprometeu-se a levar as pautas ao Ministério Público.
Fotos: Nathália Bittencurt/Comunicação ASERGHC