Luto na Saúde: que se protejam as vidas de quem cuida da vida
Na noite de terça-feira (07/04), no mesmo dia em que a Aserghc divulgava aos trabalhadores a insistente demora do GHC em garantir o afastamento imediato dos profissionais que integram o grupo de risco ao COVID-19, fomos informados da morte da colega Mara Rúbia Caceres, técnica de enfermagem da Emergência do Hospital Conceição.
Mara tinha 44 anos, apresentava histórico de problemas respiratórios e é a primeira profissional de saúde vítima do coronavírus no estado. Assim como ela, diversos trabalhadores do Grupo estão vulneráveis diante da grave situação em que o GHC se compromete apenas com a realocação de setor para as pessoas do chamado grupo de risco.
Cerca de 20 trabalhadores da Emergência já foram afastados com suspeita de contaminação por coronavírus e há outro colega internado na UTI do Hospital Conceição.
De acordo com dados do Cofen, outros 16 profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, vieram a óbito por suspeita de COVID-19 no Brasil. Destes, oito já tiveram diagnóstico confirmado. Estes índices se referem, ainda, à fase inicial da pandemia no país, que ontem também registrou mais de cem mortes em apenas um dia. Por isso, é urgente que todas as pessoas do grupo de risco fiquem em casa.
Soma-se a isso, as inúmeras denúncias que temos recebido em nossos canais de comunicação da associação, como a falta de proteção adequada e de acolhimento psicológico aos profissionais que estão lidando com uma situação de extrema tensão.
A Aserghc, junto às demais entidades sindicais, está desde o início da pandemia cobrando ações imediatas que garantam a saúde e a integridade de todo os trabalhadores, como:
- o afastamento de todos os funcionários do grupo de risco;
- o fornecimento imediato dos EPIs;
- a testagem de todos os trabalhadores que estão prestando assistência direta ao paciente.
Infelizmente, sabemos que Mara Rúbia não será a única. Mas precisamos proteger vidas. Exigimos que o GHC cumpra as orientações da OMS e do Ministério da Saúde, com afastamento imediato dos profissionais que estão no grupo de risco e com o fornecimento de EPI’s adequados ao enfrentamento do coronavírus.
Para que se protejam as vidas de quem cuida da vida.
Abaixo o ofício que o Sindisaúde/RS e Aserghc protocolaram junto à gestão do GHC: