Nota de repúdio às declarações do prefeito Marchezan sobre o GHC e repúdio à demissão dos trabalhadores do IMESF
Diante da irresponsabilidade da prefeitura que, por anos manteve um instituto funcionando sabendo do risco de sua inconstitucionalidade, o prefeito Marchezan (PSDB) se precipitou irresponsavelmente em todos os sentidos. Nesta semana anunciou a demissão de 1.800 trabalhadores do IMESF na mídia, aterrorizando os trabalhadores além de citar de maneira ofensiva o Grupo Hospitalar Conceição (complexo hospitalar 100% SUS) e seus trabalhadores, comparando-os com uma instituição filantrópica.
O GHC nunca saiu da mira dos urubus do capitalismo no setor da saúde. As falas divulgadas na mídia representam os interesses dos empresários para quem o governo trabalha, atacando continuamente uma instituição de referência absoluta no Sistema Único de Saúde em todos os níveis de atenção da saúde.
Em diversos períodos de sua história o GHC passou pela ameaça da privatização, sendo possível afastá-la somente com a resistência dos trabalhadores em defesa da instituição 100% SUS. No atual cenário, de retirada massiva dos direitos sociais, as medidas de contrarreforma dos governos e ajuste fiscal, como a Emenda Constitucional 95, são as grandes vilãs do SUS e do GHC, que presta um serviço público, não somente para Porto Alegre, mas para várias regiões do estado.
Ricardo Barros, Mandetta, e recentemente Marchezan, insistem em atacar o GHC comparando-o com a Complexo Hospitalar Santa Casa, afirmando que somos um “gasto imenso” ao governo. O Grupo Hospitalar Conceição chegou a entrar na lista das empresas estatais a serem privatizadas, quando foi alegado que não damos lucro e geramos gastos.
Pois bem, gostaríamos de uma explicação dos senhores ex e atual Ministro, mas principalmente do prefeito Marchezan. Para que serve uma instituição 100% SUS? Para dar lucro? Esclarecendo a eles, mas também a toda a população, a saúde é direito de todos e dever do Estado. Logo, não há lucro neste processo, e sim a garantia de um direito universal!
Não é possível nos comparar com os hospitais da Santa Casa, pois esses fazem parte da filantropia. Fazem parte de interesses distintos que misturam lucro e direito, que nunca vão dar certo juntos. Saúde pública não é mercadoria. Direito e lucro juntos resultam em serviços precarizados de atendimento a população e condições de trabalho mais precárias aos trabalhadores da saúde.
O Grupo Hospitalar Conceição é uma empresa estatal, composta pelo Hospital Cristo Redentor, Hospital Fêmina, Hospital da Criança Conceição e Hospital Nossa Senhora da Conceição, possuem 12 Unidades de Saúde – que trabalham em territórios distribuídos em 3 distritos de Porto Alegre – , um Consultório na Rua, 3 CAPS com atenção a criança e adolescente, adulto e álcool e outras drogas, e possui um serviço de atendimento domiciliar, que atende todo o distrito norte/eixo Baltazar. Além disso, é responsável pela gestão e recursos humanos e todos insumos e materiais da UPA da Zona Norte de Porto Alegre. Ainda atua nos eixos de formação e assistência a saúde, com estágios, trabalhadores em formação, programas de residência, cursos técnicos e mestrado profissional.
Este Grupo Hospitalar Conceição, que o senhor prefeito Marchezan comparou de maneira desrespeitosa com o Complexo Hospitalar da Santa Casa na última terça-feira, no programa de TV Jornal do Almoço, faz tudo isso, “gerando gastos”. Portanto, SOMOS UMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA EM TODOS OS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE E FORMAÇÃO DE TRABALHADORES, 100% SUS. PARA NÓS SAÚDE É DIREITO E NÃO MERCADORIA. EXIGIMOS RESPEITO E DIREITO A RESPOSTA.
SAÚDE É DIREITO, NÃO É MERCADORIA. EM DEFESA DO GHC 100% SUS!