Consciência negra é ação! Nota de repúdio da Aserghc contra o assassinato de um homem negro no Carrefour

O dia 20 de novembro começa com mais um assassinato brutal de um homem negro. João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, assassinado por dois homens brancos, seguranças do supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre.

Filmado aos olhos de todos. Impedido por ninguém.

É esse o país, o estado, a cidade onde vivemos. Uma sociedade racista que nega direitos, mas sobretudo a vida para as pessoas negras. Quem se responsabiliza? Quem paga o preço?

Quando nenhum impulso de defesa da vida impede que dois homens brancos linchem um homem negro até a morte, estamos mais uma vez diante da violência racista de uma sociedade fracassada que mesmo após 132 anos da Abolição da Escravatura, permite que corpos negros sigam espancados, sem respirar.

Exigimos justiça não somente para Beto, mas para todas os negros que foram assassinados por causa de sua cor de pele antes de qualquer chance de defesa. Gustavo Amaral, engenheiro baleado e morto pela polícia em Marau, aqui no Rio Grande do Sul, era o único negro dentro de um carro, e também foi o único assassinado quando seu celular foi confundido com uma arma. George Floyd, nos EUA, foi sufocado à luz do dia por um policial branco após pedir socorro várias vezes ao não conseguir respirar. Os policiais suspeitavam que Floyd havia usado uma nota falsa de 20 dólares.

Lembramos do músico Evaldo Rosa, que morreu em seu carro fuzilado pelo Exército com 80 tiros; da menina Ágatha Félix, morta pela polícia no Complexo do Alemão; e de João Pedro, que teve a casa onde brincava alvo de mais de 70 tiros da polícia. Todas as vítimas eram negras.

A Aserghc manifesta solidariedade à família de Beto. E para além do repúdio, convoca para a ação!

Hoje, às 18h, movimentos negros de Porto Alegre realizarão um protesto no Carrefour do Passo d’Areia contra o assassinato de Beto. #VidasNegrasImportam